Filósofo alemão, nascido em Messkirch (Grão-ducado de Baden), a 26 de setembro de 1889, e falece em maio de 1976, em Freiburg-im-Breisgau. Estudou Teologia Católica Romana e, posteriormente, Filosofia na Universidade Freiburg-im-Breisgau, onde se tornou assistente de Edmund Husserl (1859-1938), criador do método fenomenológico, e estudou com Heinrich Rickert (1863-1936), culturalista neokantiano que se preocupava com a fundamentação metodológica da história.
Heidegger completou seu doutorado em 1914, e começou a lecionar em Freiburg em 1915. De 1923 a 1928, ele lecionou na Universidade de Marburg, retornando a Freiburg em 1928 para herdar a posição de Husserl como professor de Filosofia.
Em março de 1916, Husserl é nomeado professor na faculdade de Filosofia de Freiburg. tornando-se Heidegger seu assistente e inciando um período de intensa colaboração. Cursos e seminários sobre Kant, sobre as obras lógicas de Aristóteles, sobre a Doutrina da ciência (de 1794) de Fichte.
Em 1917, ainda em Freiburg, Heidegger dá cursos e seminários, entre outros, sobre: Os fundamentos filosóficos da mística medieval; Introdução à fenomenologia da religião; Santo Agostinho e o neoplatonismo; vários seminários sobre obras de Aristóteles; lições fenomenológicas sobre as Ideen e as Logische Untersuchungen de Husserl.
Em 1923, torna-se professor em Marburg, onde tem como colega Rudolf Bultmann. Entre 1923-1927 apresenta cursos e seminários sobre Platão (O sofista), Aristóteles, Kant, Hegel, Descartes, Droysen; sobre a história do conceito de tempo; sobre a ontologia medieval.
Em 1927, publica as primeiras duas seções da primeira parte de Ser e Tempo. Publicação esta que marca a ruptura filosófica com Husserl.
Além de Husserl, Heidegger foi especialmente influenciado pelos pré-socráticos, pelo filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard e pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche. Ao desenvolver suas teorias, Heidegger parecia rejeitar as terminologias filosóficas tradicionais e favorecia uma interpretação individual dos trabalhos dos antigos pensadores. Aplicava significações originais e etimologias individuais à palavras e expressões, além de criar centenas de novas e complexas palavras.
Em seu mais reconhecido trabalho, Sein und Zeit (Ser e Tempo, 1927), Heidegger se preocupou com o que considerava a questão filosófica essencial: o que significa existir? O que o levou a ainda outra questão: que tipo de existência seres humanos possuem? Eles são, dizia ele, jogados em um mundo que não construíram, mas que consiste de coisas potencialmente úteis, incluindo objetos culturais e naturais. Como esses objetos vem para a humanidade de tempos passados, e são utilizados no presente para atingir objetivos futuros, Heidegger construiu uma relação fundamental entre os moldes de existência dos objetos, da humanidade e da estrutura do tempo.
Para Heidegger, o indivíduo está sempre em perigo de ser sugado no mundo dos objetos, na rotina cotidiana, e no convencional comportamento raso da multidão. A sensação de angústia traz o indivíduo a confrontar a morte e o significado da vida, e apenas por meio desse confronto é que um sentido de existência e de liberdade autênticos podem ser atingidos.
Em 1928, torna-se professor na Universidade de Freiburg, onde sucede Husserl na cátedra e, em 1933, torna-se o primeiro reitor nacional-socialista da Universidade de Freiburg. Porém, após dez meses de reitoria, demite-se por discordância com o regime Nazista. Começa um período de quase absoluto silêncio. Heidegger não publicará quase nada até 1942. Por outro lado, dá regularmente seus cursos acadêmicos.
Após 1930, Heidegger entregou trabalhos como Einführung in die Metaphysik (Introdução à Metafísica, 1953) às interpretações de concepção de existência particulares do ocidente. Ele sentia que, em contraposição às concepções de existência dos antigos gregos, a sociedade moderna tecnológica impunha uma atitude puramente manipulativa, que reprimia o Ser e os sentidos da existência humana. A humanidade havia se esquecido de sua verdadeira vocação, e deveria recuperar a busca pela verdadeira compreensão do “Ser”, e ser receptivo às novas compressões de existência (atingida pelos antigos gregos e perdido pelos filósofos subsequentes).
As abordagens iniciais à temas como afinidade, morte, autenticidade e o vazio da humanidade levou muitos a associarem Heidegger ao existencialismo, e seu trabalho teve grande influência no existencialismo francês de Jean Paul Sartre. Heidegger, no entanto, eventualmente repudiou as interpretações existencialistas de suas obras. Seus pensamentos tiveram influência direta nos filósofos franceses Michel Foucault e Jacques Derrida, e no sociólogo alemão Jurgen Habermas.
Em 1956, é editado Que é isto – a Filosofia? – e em 1962, Publica Questão da Coisa.
Desde os anos sessenta sua influência tem se alastrado além do continente europeu, e tem tido um impacto cada vez maior nas filosofias de países de língua inglesa por todo o mundo.
Informações extraídas das seguintes referências:
HEIDEGGER, M. Conferências e escritos filosóficos. In: Os Pensadores – Heidegger. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
HEIDEGGER, M. Heidegger, Martin. In: Microsoft Encarta Encyclopedia. Microsoft Corporation, 1997.
VATTIMO, Gianni. Introdução a Heidegger. Rio de Janeiro: Edições 70, 1971.